quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Sobre Desenho e além



Existem diversos motivos que nos levam a aprender coisas novas, independente disto, o processo de aprendizado embora partilhado, ocorre de maneira muito pessoal. Cada pessoa tem seu ritmo e cada um tem obstáculos distintos a transpor. O importante é estar disposto a superar o desafio de aprender. Neste sentido o maior inimigo para o aprendizado é você mesmo, seus conceitos e preconceitos. Até o senso crítico pode tornar-se um inimigo feroz combatendo sua evolução, desmerecendo suas conquistas e superestimando as dificuldades.

Somos treinados a negar o erro, a evitar o erro, a ojerizar o erro, quando, de fato, o erro nos ajuda a descobrir outros caminhos na direção do acerto. Só não erra quem não tenta e quem não tenta se coloca na postura de derrota antes mesmo de iniciar a batalha.

Errar e conformar-se, travar, recalcar é uma postura comum, e esta é a postura que mata a evolução e a criatividade. Olhar para seu erro e analisar sua origem, é uma jornada de autoconhecimento. Com um traço no lugar errado, outro traço surgirá também em local inadequado, retas e arcos se revesarão também em desacordo com o seu objetivo inicial. Identificar o primeiro traço inadequado, comparar o conjunto, avaliar as áreas de limite te darão informações suficientes para facilitar o processo na execução da próxima arte. Saber onde errou é vital para o “aprender”.

Criticar jocosamente seu erro e o erro do outro pode ser um refúgio confortável para evitar o fato de que quando você olha para seu desenho, você está vendo a si mesmo: Suas falhas e suas imprecisões.

Se há falhas e imprecisões que nos constituem como um ser humano saudável, há falhas e imprecisões que precisam ser trabalhadas socialmente para nossa própria evolução e para a evolução da sociedade. De fato nenhum ser humano é melhor que outro, mas você pode ser amanhã um ser humano melhor do que foi hoje. Negar seus defeitos não ajuda no processo. Repetir apenas as soluções que conhece também não ajudará no processo. A mudança demanda coragem, tentar um novo olhar, desenvolver uma nova perspectiva é, de certo modo, reinventar uma parte de si. E isto não se faz sem enfrentar o medo, sem enfrentar o preconceito, sem demolir processos mentais que te engessam e afogam seu lado criativo. Esse misto de coragem para encarar os desafios, humildade para abraçar o que é novo e perseverança para chegar em seu objetivo fazem parte da dinâmica de aprender desenho, mas, será que não são elementos que nos ajudam também em outras áreas da vida? Não tenha medo dos seus erros, não se intimide com a crítica alheia, mergulhe no processo de cabeça, transforme a experiencia em algo atemporal e único, envolva-se na construção do seu saber e do seu desenvolvimento. Se você se entregar com honestidade a seus objetivos é muito improvável que coisas negativas advenham disto, na pior das hipóteses você sairá do processo mais forte.


Dicas (se o link estiver ativo dá pra baixar o livro em questão):
Figure Drawing - Andrew Loomis:  link 01 - link 02 - link 03
Dinamic figure drawing - Burne Hogarth  link 01 - link 02
Drawing Head and Hands - Andrew Loomis:  link 01 - link 02

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Capa do livro GALEÃO de Gian Danton


Capa de Galeão, romance histórico de Gian Danton.

"Depois de uma noite de terror, em que algo terrível acontece, os sobreviventes descobrem que estão em um navio que não pode ser governado e repleto de mistérios. A comida está sumindo, alguém está cometendo assassinatos, uma mulher é violentada e o tesouro do capitão parece ter alguma relação com todo o tormento pelo qual estão passando."

Web: http://www.9bravos.com.br/catalogo/literatura/galeao/

domingo, 15 de setembro de 2013

Manicomics - Loucos por quadrinhos : postagem 02

Ainda não sei que nome terá o livro (o título lá de cima é provisório), nem se vai ser realmente impresso, mas vou seguir o exemplo do Prof. Octavio Cariello e vou colocar os capítulos aqui no blog. Você não sabia que eu estava escrevendo um livro? Bem, nem eu sabia. Fique a vontade para ler ou para não ler, comentar ou não comentar. Esse material está aqui por vários motivos e com várias finalidades. E quem sabe alguém acabe gostando dessa parada de um livro sobre um bando de garotos que eram loucos por quadrinhos e acabaram trabalhando com isso? Caso tenha interesse, a postagem 01 está neste link.

A Reunião dos 13 e o lançamento do número Zero
por JJ Marreiro 

Ao integrar a Oficina de Quadrinhos da UFC no início dos anos 90 era fácil deparar-se com temáticas e interesses diversos que refletiam as preferências de professores, monitores e alunos. Essa diversidade funcionava como norte para a Oficina de Quadrinhos (um curso de extenção que favorecia e estimulava a produção de arte sequencial em Fortaleza), mesmo assim havia uma recepção diferenciada para temas regionais, fosse pelo aspecto da valorização cultural, fosse por sua fácil aceitação nos meios mais intelectualizados. À margem disso e do humor (tema forte em qualquer cenário de produção quadrinística do Brasil) ficavam temas como heróis uniformizados, tokusatsu, ficção científica, terror, fantasia e erotismo.

As atividades da Oficina eram coordenadas por professores, monitores e alunos. Daniel Brandão após concluir o curso passou a integrar a equipe de monitoria junto com outros amigos como João Belo, Julio Belo e Alexandre Vidal (Falex) que juntos formaram o Garage Comix e passaram a editar o fanzine Demolição. Daniel e eu convidamos os autores que tinham interesse de realizar produções desvinculadas dos temas regionais e intelectuais e que possuíam um viés mais pop em sua produção. Eram 13 autores, nesse time estavam incluídos Geraldo Borges e Eduardo Ferreira. Fizemos uma reunião para definir linha editorial e nome para a publicação. As semanas seguintes seriam de produção intensa pois sinopses de histórias, character designs, propostas de histórias e inclusive hqs prontas já seriam avaliadas para publicação. Ou seja, estávamos pondo em movimento o moinho que daria vida ao Manicomics, título sugerido pelo amigo Sergio “Otomo” Cavalcante. Dos 13 artistas que empolgadamente definiram a linha editorial apenas Daniel, Geraldo, Eduardo e eu permanecemos no barco quando chegou a data de entrega de material. Essa mesma equipe foi a alma do Manicomics até a entrada de Allan Goldman para o conselho editorial já no início dos anos 2000.

Em 1996, quando Daniel, Geraldo e eu tínhamos começado a produzir arte para a revista Capitão Rapadura, do cartunista Mino surgiu um convite para participar de uma exposição de quadrinhos no SESC. A exposição teria artes originais do Álvaro Rio, do Mino e nossas. Além da exposição dos originais de um fanzine chamado Daes Irae. No evento haveria lançamento de vários fanzines e estávamos encarregados de levar edições da revista do Capitão Rapadura. O Manicomics #0 estava em fase de produção e aproveitamos a oportunidade para fechar a edição e fazer o lançamento por lá.
Foi um evento pequeno, mas interessante, além da exposição, teve palestra dos convidados, venda de fanzines, revistas e exibição dos seriados de matinês dos anos 40: Shazam, Fantasma e Batman.
Para o evento conseguimos fazer uma tiragem de cerca de 900 exemplares ―explico detalhes disso logo mais― e distribuímos o Manicomics gratuitamente. Muita gente gostou, travamos contato com muita gente legal que viria a nos ajudar nos anos seguintes.
Final do evento recolhemos nossas artes, reunimos e organizamos nosso material, mas eis que na saída encontramos um exemplar da nossa publicação no lixo. Comentei com alguém quando Daniel falou: “Rapaz, também vi exemplar no lixo.” “Estão pensando que é folder” acrescentou Geraldo. As pessoas não entenderam que a distribuição gratuita era uma forma de ampliar bastante o público. No dia seguinte mudamos a tarja da capa de “exemplar gratuito” para: “Preço R$ 1,00”. Era um valor simbólico, mas dali pra frente quem colocasse o exemplar no lixo estaria jogando dinheiro fora. Aprendemos na prática a necessidade de valorizar o próprio trabalho para que os outros também o valorizem.


quarta-feira, 3 de julho de 2013

Pergaminho na RolePlaying 4 - 1996?

A data não está expressa na revista. Imagino algo por volta de 1995, por conta da edição do zine. O Pergaminho foi anunciado na Dragon Magazine como o primeiro fanzine de RPG do Brasil, o que é curioso, pois muito antes de lançarmos o zine em Fortaleza havia grupos de RPG proliferando Brasil a fora jogando com livros em inglês, francês, alemão etc. É estranho que nenhum desses grupos mais antigos tivesse publicado algum tipo de jornalzinho ou zine.

De todo modo o Pergaminho lançou o personagem Zohrn que acabou ficando famoso entre apreciadores de HQs de aventura (rpgistas ou não) e suas aventuras acabaram migrando para muitas outras publicações independentes Brasil a fora como a clássica revista AGAQUÊ (de Recife) e estampou zines e apareceu até ilustrando uma matéria na Dragão Brasil! Sério!

O Afrânio Bezerra criou o zine (que passamos a editar juntos) e organizava a Sociedade do Dragão, uma associação de mestres e jogadores em Fortaleza lá pelos idos de 93/94. Muita gente boa foi se aproximando do grupo e ajudou a disseminar o RPG, inclusive organizando eventos, encontros e live actions. Incluindo um live action de STAR TREK! Sério! Galera de uniforme e tudo!

O pergaminho trazia aventuras prontas, cenários pra jogo, personagens, hqs, contos, resenhas, cartas, humor, um monte de coisa legal. Eu fazia 90% das ilustrações o resto era imagem de divulgação retirada dos próprios produtos.

Segue aí a resenha publicada na Role PlayinG#04 (que não traz data de publicação no expediente):


De lambuja vão aqui mais três capas do Pergaminho:




Editado: Após uma breve investigação junto ao Afrânio Bezerra (escritor e co-editor do Pergaminho) foi possível estimar a data de lançamento do Pergaminho #0 no segundo semestre de 1994. Neste exemplar aconteceu a estreia do Zohrn, o Elfão pouco-tato que também estampou capas e aventuras no Manicomics e em outros fanzines brasileiros. Para completar este levantamento seguem algumas capas com Zohrn e logo abaixo a Dragon Magazine referindo-se ao Pergaminho.


Agradecimentos a André Xenofonte, Afrânio Bezerra e Fernando Lima. E a todos os aventureiros que nos acompanharam em audaciosas e intrépidas demandas: Eduardo, Georgia, Tetê, Amélia, Henrique, Dudu, George, Flávia, Fernanda, Soraia, Evandro, Sérgio e a todos que de um jeito ou de outro faziam parte da Sociedade do Dragão.

Caso alguém tenha interesse em fazer download das edições brasileiras da Dragon Magazine basta clicar AQUI. Cortesia do blog RPGShared.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Capitão Rapadura 40 anos


O Capitão Rapadura é um super-herói brasileiro com ginga, maneirismos e características bem nossas, à despeito do que dizer os pseudo-intelectuais que Super-Heróis nada tem a ver com o Brasil. Discordo. Os super-heróis são apenas uma versão moderna dos clássicos semi-deuses mitológicos sempre com lições e mensagens a transmitir. Assim é o Capitão Rapadura com suas críticas sociais e tiradas de humor e neste ano (2013) completa 40 anos! Parabéns, Capitão Rapadura!


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Desenvolvimento de personagens

Isso é umas das coisas mais legais de fazer: desenvolver personagens. É tão legal que muita gente fica só na parte visual e esquece o histórico e esquece que pra ter vida um personagem precisa aparecer em histórias, sejam contos, romances, webcomics, fanzines, revistas independentes. O importante é que o comportamento dos personagens só é percebido dentro de uma narrativa, a vida só existe para o personagem quando ele está submetido a uma trama e sua função se mostra completa quando alguém o lê.






quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ilustração pra Livro

Esse material foi elaborado para um livro de fanfics. Cada personagem possuía um dom especial e o tratamento das histórias seguia conceitos mais realistas.